O Estado de São Paulo tem forte influência da indústria e mantém a força do agronegócio firme e forte na economia paulista. As palavras “crescimento”, “indústria”, “agronegócio” e “ecologia” estão cada vez mais em voga dentro e fora de São Paulo, que culmina no famigerado “desenvolvimento sustentável”. O paulista sabe valorizar o alimento que vem do campo, sabe da importância do agronegócio para o dia a dia do Estado que não para de crescer.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), da Esalq/USP, com o apoio da FIESP, em 2015, o PIB do agronegócio paulista foi estimado em R$ 230 bilhões, com 81,4% (R$ 187 bilhões) provenientes da agricultura e 18,6% (R$ 42,8 bilhões), da pecuária. Com essas cifras, o PIB do agronegócio de São Paulo representou 18,5% do PIB do agronegócio brasileiro e cerca de 12% do PIB total do Estado.
No Estado vizinho, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada do Rio de Janeiro estima que o PIB do Agronegócio naquele Estado, em 2008, foi de R$ 12,2 bilhões, o que teria representado 3,4% da economia do ente federativo. Apesar dos dados fluminenses serem antigos, eles evidenciam uma participação muito pequena do Rio de Janeiro no agronegócio brasileiro.
Por outro lado, o Estado fluminense é dos principais mercados de carne ovina, ao lado de São Paulo e Rio Grande do Sul. A carne bovina, a mais consumida no Brasil, tem destaque no Rio de Janeiro, com um consumo estimado de 490 mil toneladas por ano, mas apenas 110 mil toneladas são produzidas no próprio Estado (conforme publicado no jornal Valor Econômico de 20/08/2015).
Portanto, fica claro que o Estado Rio de Janeiro consome os produtos produzidos pelo agronegócio brasileiro, em especial a pecuária, mas pouco produz e, consequentemente, não tem relação com a produção e os produtores. Ou seja, o carré e a paleta de cordeiro, a picanha, o alcatra, a costela e os outros cortes bovinos não surgem magicamente nas prateleiras dos supermercados. Elas são produzidas por propriedades do campo, fruto do agronegócio.
Talvez essa falta de ligação com o campo tenha influenciado a escola de samba Imperatriz Leopoldinense do Rio de Janeiro, levar este ano para a avenida um samba-enredo com depreciações ao agronegócio, criticando duramente um setor da economia, que sustentou o maior superávit da história da balança comercial brasileira. Para se ter uma ideia, entre os dez produtos mais exportados pelo País em 2016, sete foram oriundos do agronegócios.
Lembrando, que é com esse superávit, que o governo recolhe uma gorda fatia de impostos e que sustentam diversos programas sociais, inclusive a ajuda financeira que o Estado do Rio de Janeiro está recebendo, uma vez que se encontra em grave crise financeira, com servidores públicos sem receber e se endividando.
A ASPACO estimula a ovinocultura de corte, fortalece a pecuária, incentiva o agronegócio. Portanto, só podemos repudiar a escola de samba carioca Imperatriz Leopoldinense, que escolheu um samba pobre, retrato de um Estado que não reconhece um setor que faz muito pelo Brasil. A escola levará para a avenida, no carnaval, um dos maiores espetáculos da Terra, uma história que não condiz com a realidade e criticando quem, literalmente, faz com que todos os brasileiros, inclusive os fluminenses, possam se alimentar.
Em São Paulo, também tem escola de samba e temos um dos carnavais mais bonitos do Brasil, mas em São Paulo, agronegócio dá samba e no final todos comemoram com churrasco!